Amor

AMOR
Para Paulo, o amor é a mais importante de todas
as graças cristãs e a verdadeira essência da
ética* cristã. Motivado pela expressão suprema
do amor de Deus na morte* sacrifical de Cristo,
o amor se origina de uma vida transformada
cheia do Espírito* de Deus. Nos escritos paulinos,
o centro primordial do amor é expressão
tangível na comunidade cristã.
1. Terminologia
2. O amor de Deus/Cristo por nós
3. Nosso amor por Deus/Cristo
4. Nosso amor pelos outros
1. Terminologia
Não existe nenhuma carta paulina em que a
palavra amor não figure com proeminência. É
mais comum Paulo usar a terminologia agapaõ
(com referência ao amor baseado em alto respeito
ou apreço) para o amor divino e também
humano: agapê (“amor”, 75), agapaõ (“demonstrar
amor”, 34) e agapêtos (“alguém que
é amado”, 27). No uso paulino, as palavras
eleeõ (“demonstrar compaixão, misericórdia”,
12) e eleos (“compaixão, misericórdia”, 10)
aplicam-se quase exclusivamente a Deus, não
a seres humanos.
É empregada uma ampla variedade de terminologia
de phileõ, embora não freqüentemente:
aphilargyros (“nenhum amante de dinheiro”, 1),
philagatos, (“amante da bondade”, \\philadelphia
(“afeição fraterna ou familial, amor”, 2),
philandros (“amante do marido”, l),philanthrõpia
(“amor pelas pessoas”, 1), phileõ (“amar,
ter afeição por”, 2),philèma (“beijo”, 4),philotheos
(“amante de Deus”, 1 ),philoxenia (“hospitalidade”,
\),philoxenos (“pessoa hospitaleira”,
2), philostorgos (“amante dos que estão em estreito
relacionamento”, 1) e philoteknos (“amante
de crianças”, 1).
Outras palavras que expressam amor incluem
epipotheõ (“ter grande afeição, desejo ardente”,
7), epipothèsis (“grande afeição, desejo
ardente”, 2), epipothètos (“quem é desejado”,
1), epipothia (“grande afeição, desejo ardente”,
1), eusplanchnos (“pessoa compassiva”, 1),
homeiromai (“ter grande afeição, desejo ardente”,
1) e splanchna (“compaixão”, “afeição”;
“objeto de compaixão ou afeição”, 8). Algumas
palavras são usadas em sentido negativo, a respeito
de atitudes não-cristãs: astorgos (“sem
amor nem afeição”, 2), philargyria (“amor ao
dinheiro”, 1), philargyros (“amor ao dinheiro”,
1), philautos (“amante de si mesmo”, 1) e
philèdonos (“amante do prazer”, 1).
2. O amor de Deus/Cristo por nós
No centro do entendimento que Paulo tem do
Evangelho* está o amor salvífico de Deus
(agapê) manifestado em Cristo*. A expressão
suprema desse amor imerecido é a morte de
Cristo na cruz como sacrifício* pelos pecados*
(Rm 5,8; Ef 2,4-5; 2Ts 2,16; cf. G12,20). Quando
Paulo fala do amor de Deus (ou de Cristo),
é, em geral, com referência a algum aspecto da
expiação ou salvação* cristã. (Note-se: as expressões
“amor de Deus” e “amor de Cristo”
são notoriamente ambíguas. Podem se referir
a nosso amor por Deus ou por Cristo [genitivo
objetivo] ou ao amor de Deus ou de Cristo por
nós [genitivo subjetivo]. Só o contexto individual
determina o sentido e, às vezes, simplesmente
não é possível ter certeza do que Paulo
pretende: e.g., Rm 5,5; 2Cor 5,14; 2Ts 3,5.)
O amor de Deus é demonstrado na cruz e
também no chamado específico e na escolha
dos fiéis (“... no amor.... Ele nos predestinou a
ser para ele filhos adotivos por Jesus Cristo”,
Ef 1,4-5; ver Chamar, chamamento; Eleição e
predestinação). Assim, quando Paulo fala dos
AMOR
AMOR
cristãos como “eleitos” ou “escolhidos”, a idéia
do amor imerecido de Deus está claramente implícita.
Na verdade, sua análise da predestinação
em Romanos 9 parece falar que o amor de Deus
é exclusivamente por seu povo escolhido (Rm
9,13.15.18.21 -24); mas ele não pressiona a lógica
deste ponto e escreve alhures a respeito do
amor de Deus por todas as pessoas.
Para Paulo, ter um bom entendimento do
amor salvífíco de Deus manifestado em Cristo é
decisivo. Está no centro de toda teologia e toda
ética cristãs verdadeiras e é importante para a
sensação de segurança do fiel (“nada poderá separar-
nos do amor de Deus, manifestado em
Jesus Cristo, nosso Senhor”, Rm 8,31-39). Alcançar
o perfeito conhecimento desse amor é,
então, um de seus mais fortes desejos e orações*
para seus jovens convertidos (Ef 3,14-21). Na
verdade, o irresistível sentido do amor de Cristo
é uma das principais forças propulsoras na vida
de Paulo (2Cor 5,14-15).
3. Nosso amor por Deus/Cristo
Embora implícito do começo ao fim, o amor
por Deus (ou Cristo) permanece estranhamente
sem ênfase nos escritos paulinos. (Só é mencionado
em Rm 8,28; ICor 2,9; 8,3; 16,22; Ef
6,24; 2Tm 3,4; a frase é ambígua em Rm 5,5;
2Cor 5,14; 2Ts 3,5.) Embora o segundo grande
mandamento seja citado duas vezes, o primeiro
grande mandamento não é citado em nenhuma
passagem. O enfoque é, antes, no amor de Deus
(ou de Cristo) por nós, com a ênfase na graça.
A resposta que Paulo exige não é tanto amar a
Deus ou a Cristo, mas crer em Cristo e amar os
outros. A resposta inicial é receptiva.
Isso não significa que o conceito de amar
a Deus seja periférico no pensamento paulino:
é central em sua herança judaica e está claramente
de acordo com sua visão da vida cristã
como uma vida de total dedicação a Deus. Mas
por que ele fala tão pouco do amor a Deus e se
baseia tão pouco nele permanece um mistério.
4. Nosso amor pelos outros
Para Paulo, amar os outros é a característica mais
importante da vida cristã e o centro do modo
de vida cristão. Tudo que fazemos deve ser expressão
de amor (ICor 16,14). Mais importante
que os dons* carismáticos que os coríntios ambicionavam
(ICor 12,31-13,2), o amor é relacionado
em primeiro lugar como “fruto do Espírito*
(G1 5,22-23; grande parte do resto da lista
pode ser considerado um comentário a respeito
do amor) e é a única graça que os fiéis devem
procurar acima de todas as outras (Cl 3,12.14).
Paulo fala dela como o epítome e a essência de
toda a lei moral veterotestamentária (Rm 13,810;
G1 5,14), o único débito interminável que
os cristãos têm para com os outros. Na verdade,
em linguagem muito incomum para ele, Paulo
até fala do amor como “lei de Cristo”* (G16,2),
de acordo com a ênfase de Jesus na lei do amor.
Como tal, amar os outros tem certa relação com
o bem-estar da pessoa no dia de Cristo (F1 1,910;
lTs 3,12-13; ver Escatologia). Todo o conceito
paulino de vida santa é dominado pelo amor.
4.1. A teologia do amor. As palavras fé* e
amor estão freqüentemente ligadas no escrito
paulino: juntas, elas representam um resumo
de suas maiores preocupações teológicas e éticas.
A referência à fé de seus leitores em Cristo
e ao amor mútuo muitas vezes ocorre nas passagens
iniciais de ação de graças de suas cartas
e sugere a importância desses dois conceitos
em seu pensamento (Ef 1,15; Cl 1,4; lTs 1,3;
2Ts 1,3; Fm 4-5; cf. Ef6,23; lTs 3,6; 5,8; lTm
1,5.14; 2,15; 6,11; 2Tm 1,13; 2,22; 3,10; Tt
2,2). Paulo lembra aos gálatas que o que realmente
conta não é a lei* judaica, mas “a fé
que age pelo amor” (G15,6) — frase que talvez
se aproxime mais que qualquer outra de um
resumo de sua visão da vida cristã.
O amor representa a fortificação ética da
justiça* imputada concedida pela graça por intermédio
da fé, a expressão exterior da nova vida
em Cristo. Desse modo, há uma correlação necessária
entre a fé em Cristo e o amor pelos
outros. E, assim como a fé significa o fim da
lei judaica em sentido salvífíco (Rm 10,4), o
amor representa o cumprimento da lei em sentido
ético (Rm 13,10); no pensamento paulino,
os dois juntos substituem essencialmente o enfoque
na lei como meio de justiça*.
4.2. As fontes do amor. O amor vem por intermédio
da relação que a pessoa tem com Jesus
Cristo (lTm 1,14; 2Tm 1,13), pelo dom do
Espírito Santo* (cf. 2Tm 1,7). O amor é possível
AMOR
AMOR
porque a fé em Cristo conduz o fiel a toda uma
nova vida, dominada não mais pelo pecado e
pelo desejo egoísta, mas sim pelo Espírito de
Deus. Como penhor da vida que há de vir (2Cor
5,5; cf. 1,22), o Espírito produz o poder do novo
tempo na vida do fiel aqui e agora e toma realmente
possível uma forma de existência escatológica
no presente. Assim, libertado dos poderes
escravizadores do pecado e da lei, o fiel é fortalecido
para produzir “frutos” reais para Deus
(Rm 7,4), o “fruto da justiça” (F1 1,11) — que
para Paulo é sempre “fruto do Espírito”; e o
“fruto” mais importante é o amor (G1 5,22-23;
cf. Rm 15,30; Cl 1,8; 2Tm 1,7).
Para Paulo, então, o amor nunca é simplesmente
uma virtude alcançada automaticamente;
é o resultado de uma vida transformada cheia do
Espírito de Deus, que derrama o amor de Deus
no coração humano (Rm 5,5; cf. G1 4,6-7; F1
1,8). Conseqüentemente, a falta de amor põe em
dúvida a presença do Espírito na vida da pessoa
e, portanto, todo o relacionamento dela com
Deus (cf. Rm 8,1-14). O fato de serem os incentivos
de Paulo ao amor freqüentemente expressos
em forma de prece (F1 1,9; lTs 3,12; cf.
2Ts 3,5) reflete sua convicção de que o amor,
como tudo que é bom, se origina, em última
instância, de Deus como dom da graça (2Cor
8,16; 1 Ts 4,9). A chave para amar é estar repleto
do Espírito de Deus (Ef 5,18).
4.3. A motivação do amor. Às vezes, Paulo
fala do amor como simples mandamento a ser
obedecido— na verdade como o mais importante
de todos os mandamentos morais (Rm 13,810;
G15,14). Outras vezes, ele incentiva o amor
por causa da pureza exigida para o dia de Cristo
(F11,9-10; 1Ts3, 12-13; ver Escatologia). Ainda
outras vezes, ele apela para a história ou o exemplo
de Cristo (Rm 15,2-3; ICor 10,31-11,1;
2Cor 8,8-9; Ef 4,32-5,2; F1 2,4-8; Cl 3,12-14;
ver Imitação; ver Fowl).
Acima de tudo, porém, Paulo pensa no amor
como alegre resposta à graça de Deus em Jesus
Cristo, motivada pela relação pessoal com o Salvador*.
Não se trata tanto de se submeter aos
ensinamentos de Jesus ou de imitar sua vida
terrena, quanto de responder com um coração
grato à expressão definitiva de amor em sua
morte na cruz (Rm 12,1-2) e na obediência a
ele como Senhor. Amar os outros é só a resposta
ética apropriada ao amor divino demonstrado
no Evangelho. (Mesmo quando Paulo fala em
imitar Cristo, o apelo não é a sua vida terrena,
mas a algum aspecto do amor sacrifical demonstrado
em sua morte.) Para Paulo, a vida cristã
como um todo é uma alegre resposta à graça de
Deus no Evangelho: é expressão de gratidão por
Cristo. Amar os outros é um jeito de dizer “obrigado”
pelo amor divino (cf. 2Cor 8,1-9).
4.4. O enfoque do amor. Como a principal
preocupação de Paulo é o bem-estar das Igrejas,
seu enfoque primordial está na expressão
do amor na comunidade cristã. Embora de vez
em quando fale em mostrar bondade aos que
estão fora da irmandade (Rm 12,14.17-21; G1
6,10; lTs 3,12; 5,15), ele está muito mais preocupado
com a expressão do amor entre os próprios
cristãos: “Trabalhemos pelo bem de todos,
mas sobretudo dos que nos são próximos
na fé” (G1 6,10).
Como a Igreja* é o corpo de Cristo (ver
Corpo de Cristo), a comunhão* do povo de Deus
e o templo* de sua presença na terra, é da máxima
importância que os cristãos aprendam a
viver juntos no amor. O amor é o que une os
diversos membros do corpo em perfeita harmonia
(Cl 2,2; 3,14). Sem amor, o corpo não
funciona bem, nem honra Cristo como deveria.
Vemos a importância dessa questão na repetida
ênfase paulina no amor e na unidade (Rm 12,10.
16.18; 14,1.19; 15,5-6; ICor 1,10; 10,16-17;
2Cor 13,11; G1 3,27-28; 5,22-23; 6,2; Ef 4,1-6;
F11,27; 2,1-4; 4,2; Cl 2,2.19; 3,12-14; lTs 5,1314)
e em sua constante advertência contra tudo
que se mostre desarmonioso (Rm 12,16; 14,123;
16,17; ICor3,3-4; 4,6; 11,18-22; G15,15.19-
21; Ef 4,25.31; F12,3^; Cl 3,8-9). Como “membros
uns dos outros”, os cristãos devem cuidar
uns dos outros (ICor 12,25-26) e se preocupar
acima de tudo com a edificação mútua (Rm
14,19; 15,2; ICor 8,1; 14,3-5.12.17.26; E f4,15-
16; lTs 5,11). A colocação do clássico discurso
paulino a respeito do amor (ICor 13) no meio
de uma análise do uso de dons carismáticos
para a edificação da Igreja mostra algo do papel
do amor em seu modo de pensar. Para
Paulo, o bem-estar da comunidade é tão importante
quanto o do indivíduo — e é por isso
AMOR
AMOR
que o amor desempenha um papel tão fundamental
em seus escritos.
4.5. A natureza do amor. Paulo explica as
características do amor (agapê) em 1 Coríntios
13. Demonstramos o amor com paciência e bondade
— não com ciúme, orgulho, arrogância,
grosseria, insistência, irritabilidade, ressentimento,
nem com o desejo de ajustar as contas.
Em outras palavras, o verdadeiro amor não é
egoísta, mas está disposto a sacrificar os próprios
desejos para o bem dos outros. É esse sentimento
de abnegação pelos outros — modelado
pelo sacrifício de Cristo por nós — que
está no centro do entendimento paulino do
que é o verdadeiro amor (cf. Wischmeyer).
Os cristãos não devem viver para si mesmos,
mas para os outros é o tema que percorre
os escritos paulinos. Jesus, Timóteo e o próprio
Paulo, todos servem de modelo para esse modo
de vida (Rm 9,3; 15,1-3; ICor 9,19-22; 10,3311,1;
2Cor 1,6; 4,5; 6,4-6; 8,8-9; 12,15; 13,9;
G1 2,20; F1 1,20-26; 2,4-8.17.19-24; Ef 4,325,2;
Cl 1,24; lTs 2,9; lTm 4,12). Essa atitude
de cuidado abnegado deve ser demonstrada até
mesmo em casa (Ef 5,25-33; Cl 3,19; Tt 2,4).
Para Paulo, então, o verdadeiro amor exige desprendimento.
(Em contraste, os “últimos dias”
serão marcados pelo egoísmo, pelo dinheiro e
pelo prazer, 2Tm 3,2-4). Não comer carne, se
isso fizer outros pecarem, é um dos exemplos
mais fortes do desprendimento exigido pelo
amor (Rm 14,15.20-21; ICor 8,9-13; 10,23-33;
ver Alimento oferecido aos ídolos e leis dietéticas
judaicas; Idolatria; Forte e fraco).
Mais um ponto: para Paulo, o amor não é
apenas questão de fazer, é também questão de
ser (cf. ICor 13,3: “Mesmo que distribua todos
os meus bens... se me falta o amor...”). Amar os
outros não é simplesmente questão de fazer o
bem ou demonstrar misericórdia*, mas deve se
originar de um sentimento de genuíno cuidado
e compaixão. Deve ser real e sincero — meramente
fingir não basta. E deve ser expresso com
cordialidade e afeto, para ser verdadeiramente
percebido como amor. Vemos a importância disso
no pensamento de Paulo quando ele exorta
os leitores a comunicarem o afeto mútuo (Rm
12,10; 16,16; ICor 16,20; 2Cor2,8; 13,12; lTs
5,26) e na repetida afirmação de seu afeto por
eles (ICor 16,24; 2Cor 2,4; 6,11; 7,3; 11,11;
12,15; F11,7-8; 4,1; lTs 2,8; 3,12; Fm 9). Paulo
preocupa-se profundamente em fazer que as
Igrejas conheçam sua solicitude e seu afeto por
eles; e ele, por sua vez, parece sentir grande
consolo ao saber do amor que eles lhe dedicam
(2Cor 7,6-7; lTs 3,6-10). Assim, quando fala
do amor, Paulo pensa não só em atos práticos de
caridade, mas também na expressão sincera
de solicitude e afeto — ambos importantes.
4.6. Os limites do amor. As vezes são levantadas
dúvidas a respeito da perseverança de
Paulo em realizar seus ideais, em especial à luz
da linguagem áspera que ele usa para falar dos
que se opõem ao Evangelho (G1 1,8-9; 5,12; F1
3,2; cf. sua ênfase em respostas brandas e palavras
afáveis em Rm 12,17-21; Cl 4,6!). Quando
a graça do Evangelho é posta em perigo, as preocupações
teológicas assumem claramente em
seu pensamento a precedência sobre considerações
de polidez e etiqueta. Para Paulo, os princípios
básicos do Evangelho não podem simplesmente
ser comprometidos e, se o entendimento
que uma Igreja tem deles é enfraquecido,
são necessárias palavras e ações duras, no interesse
da salvação dos leitores. Em outras palavras,
Paulo não imagina o amor como suavidade
a qualquer preço. Na verdade, ele insiste que é
precisamente por genuína preocupação com o
bem-estar deles (i.e., por amor) que surgem tais
palavras ásperas e atos de advertência (ICor 4,14;
2Cor 2,4; 7,8-11; 12,19; 13,2-4.10; G12,11-14).
Há, então, limites teológicos e morais claros para
a validade de algumas de suas declarações quanto
à forma que esse amor costuma assumir.
Quando normas dadas por Deus são ameaçadas,
há ocasiões em que o amor não suporta
tudo (cf. ICor 13,7), em que o amor insiste
em fazer as coisas do seu jeito (cf. ICor 13,5),
mesmo um tanto energicamente — se esse jeito
identifica-se com o jeito de Deus (ICor 14,3738;
2Ts 3,14). E quando a doutrina da graça
de Deus está em jogo o amor não parece ser de
maior importância que a fé (cf. ICor 13,13).
Desse modo, na vida de Paulo, a expressão do
amor está claramente condicionada a certas considerações
teológicas e morais de importância
decisiva — e quando estas são ameaçadas palavras
ásperas podem ser a forma mais verdaAMOR
ANGÚSTIAS, TRIBULAÇÕES, PROVAÇÕES
deira de amor e não uma transgressão dele (ver
Adversários).
Ver também M orte d e C r is t o ; É t ic a ; F ruto
d o E sp ír it o ; D e u s ; M is e r ic ó r d ia .
b ib l io g r a f ia : R. Bultmann. Theology o f the
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1955. 2 vols.; S. E. Fowl. The Story o f Christ in
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1990; V R Furnish. The Love Command in the
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TDNT IX, 114-146; E. Stauffer, “áyanáco
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höchste Weg. Das 13. Kapitel des 1 Korintherbriefes.
Gütersloh, Mohn, 1981.
R. M o h r l a n g

 

 

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